Page 150 - Reflexão sobre São José
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os fins ministeriais da nossa Congregação senão os de tornar Jesus Cristo conhecido e amado?
Jesus é sempre o fim ao qual deve apontar a nossa espiritualidade e o nosso apostolado. Há, nesse
ensinamento, uma ligação estreita entre a espiritualidade e o carisma apostólico: isso é possível,
se o apostolado é sustentado pela oração e se a espiritualidade guia as particulares finalidades
apostólicas no estilo próprio da Congregação. Quem professa os conselhos evangélicos é, por
definição, um cristão que abriu o coração à plenitude da fé vivida na humilde realidade da vida
cotidiana. O Oblato escolheu livremente seguir o Senhor na escola de São José irá imitar São José
na vida escondida de Nazaré, dando à própria vida um significado eclesial de pessoa que busca
em tudo “os caros interesses de Jesus”.
5. A identidade do Oblato de São José é esboçada assim: ele é sempre humilde e laborioso, seja
quando faz apostolado, seja quando vive em união com o Senhor no silêncio da cela ou no trabalho
da própria casa a serviço da Comunidade. Não há mais distinção entre espiritualidade e carisma
apostólico, porque tornam-se uma coisa só, no espírito de São José. A nossa espiritualidade ilumina-
se e adquire um significado à luz do Evangelho. São José torna-se o nosso guia para seguirmos Jesus
em todos os momentos da vida: seja quando rezamos, seja quando trabalhamos, em casa ou fóra de
casa. Aprendemos com São José a servir a Igreja “nas formas de apostolado ministerial que dia após
dia a Providência indica, prestando especial atenção aos mais necessitados” (C3). O abandono à
vontade de Deus, que levava São José a fazer sempre aquilo que o Anjo do Senhor lhe sugeria, há de
guiar também a nós para escolhermos “poder servir a Igreja em atividades e lugare humildes,
contentes de fazer os serviços mais simples e ordinários com amor extraordinário” (C 58).
6. Papa Francisco, na Carta aos consagrados de 21 de novembro de 2014, diz: “A pergunta que
somos chamados a dirigir-nos neste ano da Vida Consagrada é se e como também nós nos deixamos
interpelar pelo Evangelho; e se ele é deveras o manual prático para a vida de cada dia e para as
escolhas que somos chamados a fazer”. Eis a nossa resposta, se sabemos de verdade olhar para Jesus
com os olhos de São José e se sabemos trabalhar para Jesus como fazia São José. Também nós
vivemos entre as dificuldades deste mundo, feito de superficialidade e de hábitos secularizados,
onde não é fácil viver a interioridade, segundo as linhas mestras da nossa espiritualidade. Mas a
lembrança do Papa no ano da Vida Consagrada ajuda-nos a deixar-nos interpelar pelo Evangelho e
a olhar para São José como Mestre e Guia rumo a Jesus. “Diremos portanto ao nosso grande
Patriarca: eis-nos todos para Ti e Tu sê todo para nós. Ensina-nos a estrada, sustenta-nos a cada
passo, conduze-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos ... Contigo estamos seguros de
caminhar sempre bem” (L 237). O Papa que nos convida a “despertar o mundo” diz-nos também
que devemos “despertar a Congregação”, com um forte chamado à santidade de vida e a um alto
nível de nossa espiritualidade.
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