Page 145 - Reflexão sobre São José
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concernem nossa espiritualidade eucarística e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ou os
textos que recordam nossa devoção e espiritualidade mariana: especialmente Maria sob a cruz
de Jesus (João 19,25-27) tão intimamente ligada à nossa tradição.
Há duas citações bíblicas do Novo Testamento, ambas das cartas de São Paulo (Cl 3,3b e Fl 2,21),
que são de particular valor para nós: não são o resultado de uma profunda exegese no tempo de
Marello, nem de uma exegese atual, mas são dois núcleos de referência dos conteúdos espirituais
apresentados por San Giuseppe Marello no momento da fundação, são "fundacionais". Destacados
por Pe. Dalmaso, os dois núcleos devem ser referidos, de acordo com a apresentação de São José
Marello, ao Mistério de Cristo, como o viveu São José: a vida escondida com Jesus - "a nossa vida
está escondida com Cristo em Deus!" (Cl 3,3b) - e os interesses de Jesus: "Todos na realidade
buscam seus próprios interesses, não os de Jesus Cristo" (Fl 2,21).
Colossenses 3,3b: “e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus!”
Um comentário ao versículo é oferecido por Don João Battista Cortona, que ele atribui ao próprio
São José Marello ao apresentar os primeiros conteúdos espirituais da formação que o Fundador
oferecia aos primeiros Oblatos de São José. Nós seguimos o Manuscrito de Breves Mamórias, não
o texto impresso, mas aquele escrito pelo Autor que está em três folhas [chamados I incluso A, I
incluso B, e I incluso C].
"Mas o ponto da vida de São José, onde [o Fundador, Pe. José Marello] entretinha mais os seus
filhos amados, era a vida escondida deste grande Patriarca com o seu amado Jesus:
- Sua vida estava completamente escondida com Jesus em Deus. Aqui está toda a sua grandeza e
todos os seus méritos, tal é a sua vida verdadeira. E precisamente porque é assim, Deus o propõe
como modelo a toda a Igreja. Mas, mais e amiúde repetia o pai que, assim como na Igreja havia
congregações religiosas cujo propósito era meditar as dores de Maria Santíssima, como o Servos
de Maria, e outros para meditar sobre a paixão de Jesus Cristo, como os Passionistas, assim os
Oblatos de São José deviam dedicar-se intensamente a imitar, o melhor que pudessem, a vida
escondida de São José: "e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus" [Col 3,3b].
- Felizes aqueles, dizia ele, que compreendem o valor da vida escondida, certamente darão
grande glória a Deus -.
Deus propõe São José como modelo a toda a Igreja, mas principalmente às almas devotas, das
quais o fez patrono e pai; e adentrando-se cada vez mais na vida oculta, nosso Fundador
mostrava São José com Jesus e Maria sozinhos no estábulo de Belém, onde ficaram por quarenta
dias, conforme prescrito pela lei.
- São José viveu muitos anos no Egito, escondido e desconhecido de todos, e depois em Nazaré,
quase enterrado com Jesus e Maria -.
- Tal é a vida de São José: uma solidão contínua, solitário no início de sua vida, solitário no meio,
solitário até o fim dela. Aliás, por quinze séculos, Deus dispôs que quase ninguém pensasse nele,
sem render a ele um culto solene.
- Estejamos, portanto, escondidos dos homens, mas sob os olhos de Deus, dizia ele com tanto
fervor, como estranhos dos homens, enquanto somos conhecidos por Deus; como mortos no
mundo, desde que vivamos em Deus; sejamos também somos considerados como a rejeição do
mundo, desde que preciosos diante de Deus. Se formos realmente humildes, seremos
beneficiados do desprezo que fazem a nós, porque uma alma ansiosa pela vida oculta, ignorada
pelo mundo, com toda intenção de servir a Deus e buscar somente a ele, certamente lhe dá a
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