Page 142 - Reflexão sobre São José
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Companhia de São José. Para quem, por qualquer razão (idade avançada, deficiência nos estudos,
etc.), não puder aspirar ao estado eclesiástico ou religioso, e ainda assim quiser seguir de perto
o divino Mestre com a observância dos Conselhos Evangélicos, está aberta a Casa de São José
onde, retirando-se com a intenção de permanecer ali, escondida e silenciosamente operoso,
imitando esse grande modelo de vida pobre e obscura, terá modo de tornar-se um verdadeiro
discípulo de Jesus Cristo.
O Irmão de São José não é religioso professo, mas simplesmente oblato, que se oferece
continuamente a Deus, para tender à perfeição, desapegado de todo gozo terreno do corpo e do
espírito (San G. Marello, Epistolario, Acqui Terme 2010, Carta 108 a Don Cesare Rolla, 4 de
novembro de 1877, p. 327).
Da história à realidade de hoje. Referimo-nos a São José Marello, nosso Fundador, che introduziu
o nome “Oblatos de São José”.
Para o Pe. Marello, também foi claro, desde a fundação, que seus religiosos, no seguir os
conselhos evangélicos, deviam inspirar-se em São José, modelo sublime de homem
inteiramente consagrado ao Senhor, numa vida escondida, pobre, trabalhadora e orante, cheia
de confiança em sua proteção - e comprometido por sua vez para torná-lo conhecido e amado -
e tornar-se verdadeiros discípulos de Jesus -. É por isso que ele os chamou de "Oblatos de São
José" ou mesmo mais simplesmente "Irmãos de São José", porque de início, ele pensava apenas
em irmãos leigos. Da mesma forma, ele chamou sua comunidade de "Casa de São José" porque
tinha que se parecer com a pequena casa de Nazaré, na qual havia o bem supremo, Cristo,
Senhor. (Pe. Severino Dalmaso, Biografia, página 646).
O nome do objeto é repetido duas vezes: Mestre Divino, Jesus Cristo: a quem quiser (na intenção),
um verdadeiro discípulo (na execução), para evidenciar que o verdadeiro fim da vida religiosa é
o seguimento de Cristo. A Casa de São José aparece como o lugar onde é possível realizar a
seqüela, e os advérbios de modo (escondida e silenciosamente) combinados com os adjetivos
(operosa, vida pobre e obscura) confirmam e explicam as modalidades de serviço a Jesus, na
imitação de São José. Essa frase contém o significado da vida religiosa (o seguimento de Cristo)
e o carisma próprio da Congregação (a imitação de São José). No início, o Fundador não pensava
em sacerdotes, mas apenas em irmãos.
A palavra oblato não era nova na terminologia religiosa e tinha a vantagem de apresentar a vida
religiosa numa nova realidade, que não era mais a das antigas ordens medievais, mas sim ao
modelo das congregações pós-tridentinas. Embora emprestada dos Oblatos de São Bento, uma
espécie de ordem terceira beneditina, assumia agora outras configurações nos Oblatos dos santos
Ambrósio e Carlos (século 18), sacerdotes dedicados ao serviço da diocese ambrosiana e tinha
sido utilizada por vários fundadores de Congregações Religiosas: fóra da Itália, pelos Oblatos de
Maria Imaculada (1816) e pelos Oblatos de São Francisco de Sales (1871); na Itália, durante o breve
período de restauração, em Bobbio, pelos Oblatos de Sant'Alfonso dei Liguori de Sant'Antonio
Maria Gianelli (1789-1846), em Turim pelos Oblatos da Virgem Maria do Padre Pio Brunone
Lanteri (1759-1830). (P: Severino Dalmaso, Carta 108, em San G. Marello, Epistolario, p. 330)
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