Page 115 - Reflexão sobre São José
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conduzi-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos.
                               Seja longa ou curta a estrada, plana ou acidentada,
                               vejamos ou não a meta com os nossos olhos,
                               depressa  ou devagar, nós convosco estamos seguros de ir sempre bem.

          Recitado  centenas  de  vezes,  escandiu  os  dias  deste  Ano  especial  dedicado  ao  nosso  Santo
          Padroeiro; encerrou as emoções e os estados de ânimo com que nos dirigimos a ele... Mas o que
          representava realmente esta oração para o nosso Fundador? O que está por trás de cada frase e
          de cada imagem contida nela?

          Usando,  com  as  devidas  distinções,  um  método  típico  da  nossa  fé,  poderíamos  dizer  que  é
          necessário  fazer  uma  transição  da  lex  orandi  para  a  lex  credendi  e  a  lex  vivendi:  a  lex  orandi,
          representada pela oração recitada muitas vezes, deve agora tornar-se lex credendi, através de um
          aprofundamento que facilite a sua compreensão, a fim de torná-la lex vivendi, fazendo nossas as
          atitudes que este texto desperta.

          O título dado a esta reflexão poderia realmente tornar-se o novo nome com o qual indicamos
          esta oração de hoje: o totus tuus josefino (a par do mariano), pois da primeira à última palavra,
          como veremos, há uma atitude de total e confiante entrega à proteção e guia de São José.

             1.  O CONTEXTO EM QUE NASCEU ESTA ORAÇÃO

             Esta oração pode ser encontrada na Carta 237, escrita pelo nosso Pai Fundador a Pe. Cortona
             no dia 8 de março de 1891. A data desta carta (4 anos antes de morrer) já nos faz compreender
             que estamos lidando com um Marello maduro, humana e espiritualmente, que faz certas
             afirmações sabendo muito bem que ele transmite não um ensinamento teórico, aprendido
             do estudo de algum livro devocional, mas uma experiência de vida direta e real.

             A ocasião que gera esta carta é uma situação de contingência prática. O Pe. Cortona tinha
             apresentado ao Pai Fundador uma série de projectos relativos à expansão da Casa de Santa
             Chiara em Asti para responder às crescentes necessidades da Congregação. Havia certa soma
             de dinheiro disponível, o que gerava entusiasmo no Pe. Cortona e nos outros Irmãos; mas
             era,  no  entanto,  insuficiente  para  cobrir  todas  as  despesas  orçamentadas,  e  outras  que
             poderiam  surgir  imprevistas.  Por  isso,  Marello,  que  em  outros  momentos  se  mostrara
             corajoso e empreendedor, apoiado e animado pela confiança que depositava em Deus, neste
             caso desaconselhava a realização do trabalho se não fosse encontrada a cobertura financeira
             necessária, também para não manchar a imagem de confiabilidade e pobreza que precisava
             transmitir aos cidadãos de Asti. Todavia, o seu raciocínio, inspirado por grande sabedoria e
             prudência, termina com estas palavras: Paremos e esperemos que São José nos faça ouvir a sua
             voz. A entrega total a São José convida-nos a não ter pressa, mas a esperar com confiança a
             resposta da Providência divina, através da mediação do Santo Patrono: São José, que até agora
             providenciou,  certamente  providenciará  também  para  o  porvir,  escreverá  o  Pai  numa  carta
             posterior (L 240).


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