Page 128 - Reflexão sobre São José
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Maria e José, no estilo das virtudes da Casa de Nazaré. São virtudes que também nós devemos
     viver à escola de São José, Pai e Modelo, se quisermos ser fiéis à nossa identidade.

     Para o nosso Fundador, a devoção a São José era mais do que uma devoção: era um estilo de vida,
     era uma fisionomia espiritual totalizante. Ele vivia esta devoção, esta relação íntima com São
     José, com um sentido de totalidade que causa grande admiração. Não se encontra em nenhum
     outro santo, nem sequer em Santa Teresa d’Ávila, que é considerada a maior devota de São José.
     Ela "ama" São José, mas não repete a sua vida.

     Pensemos  numa  expressão  de  São  José  Marello,  lapidar  e  definitiva,  como  esta:  "Portanto,
     diremos ao nosso Grande Patriarca: Eis-nos todos para vós, e vós sede todos para nós" (L 237 in:
     San Giuseppe Marello, Epistolario). Não há meio termo, não há descontos, não há mediações:
     todos para vós, e todo para nós.

     Este cunho josefino sempre foi preservado e está bem enraizado na nossa Congregação. Cabe a
     nós defender, aliás, tornar mais clara e eficaz em nossa vida pessoal e comunitária, e em nossa
     presença na Igreja, esta "josefinidade" institucional.

     Intimidade  filial.    Desta  característica  totalizante  da  relação  de  São  Giuseppe  Marello  com  o
     Guardião do Redentor nascia este outro aspecto da sua devoção: a intimidade filial com Ele e a
     confiança incondicional que depositava em todos os momentos da sua vida e da Congregação.
     Pensemos em invocações como esta: "Vós, ó José, marcai para nós o caminho, sustentai-nos em
     cada passo, levai-nos aonde a Divina Providência quer que cheguemos". (ibidem).

     Assim, o "piloto" que “marca para nós o caminho” é São José. Mas é também ele que dá força a
     quem precisa de sustento porque sozinho não consegue: “sustentai-nos”. E isso todos os dias,
     aliás, em  cada momento.  E o  guia é  tão seguro,  que nos faz chegar  à meta  estabelecida  pela
     Providência.

      S.  José,  para  o  nosso  Fundador,  era  “guia  e  mestre  da  vida  espiritual,  modelo  inatingível  de
     virtudes interiores e escondidas". Com efeito, acrescentava com uma familiaridade comovente:
     "é o nosso bom Papai", "o primeiro na terra a cuidar dos interesses de Jesus".

     Um guia seguro. Ele concebia a vida espiritual como um caminho, ou seja, um contínuo avançar
     e  crescer  para  realizar  "o  desígnio  espiritual  que  o  Senhor  traçou  sobre  nós"  (Ensinamentos.
     Conselhos espirituais e homilias recolhidas por Bice Graglia e Ir. Albertina Fasolis, in Studi Marelliani
     9 [2017], p. 282) .

     Obviamente, para o nosso Santo Fundador, guia por excelência é o Espírito Santo, a quem ele se
     submete com extrema docilidade: pensemos na frase: "Não devemos mover a língua, o coração,
     ou as mãos, sem primeiro consultar o Espírito Santo" (ibid., p. 146).

     Mas com o Espírito Santo, quase como um modelo de fidelidade ao Espírito, ele toma São José.
     Este permeia toda a sua vida espiritual, seus pensamentos e sentimentos, sua atividade e seu
     estilo  de  vida.  São  José  torna-se  o  motivo  inspirador  de  tudo:  "Cada  um  toma  as  próprias
     inspirações do seu Modelo, São José, que foi o primeiro na terra a cuidar dos interesses de Jesus”
     ... (L 83 in Epistolario, p. 275).
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